quarta-feira, 22 de maio de 2019

DOR NA VAGINA E REGIÃO PÉLVICA


Elas viveram anos com dor na vagina até descobrirem um problema neurológico

Helena Bertho  da Universa 10/06/2018

Analice Alves tem 54 anos, é advogada e mora no sul do país. Ana Alice Mantovan tem 32 anos, é técnica em enfermagem e mora em São Paulo. Além dos nomes parecidos, elas têm algo mais em comum: passaram anos sofrendo com dores vaginais intensas, sem ter um diagnóstico preciso do que poderia ser.  
As duas fizeram dezenas de exames, passaram por muitos médicos e ouviram deles que "era coisa da cabeça" ou que a dor seria "normal". Tiveram suas vidas sexuais afetadas e chegaram a achar que seria assim para sempre, até que conseguiram encontrar médicos especializados e conseguiram fazer o diagnóstico. Elas tinham uma doença rara chamada neuralgia do pudendo.

A conexão entre o cérebro e a vagina

Todas a sensações do corpo, de dor ou prazer, são transmitidas pelo sistema nervoso. E a região pélvica é cheia de nervos, sendo o pudendo, um dos mais importantes, por fazer a conexão entre a vagina e o cérebro.
"Ele chega à vagina, ao clitóris e períneo", explica o ginecologista Nucélio Lemos, especialista em neurodisfunção pélvica. Ele compara esses nervos à fiação que transmite os estímulos sexuais da região ao cérebro: "É como se a vagina fosse o interruptor, os nervos, o fio, e o cérebro, a lâmpada que acende". Quando esse fio é obstruído ou esmagado, essa conexão pode ser interrompida ou passar a ser defeituosa, transmitido os sinais da maneira errada. Isso é o que acontece na neuralgia.
O nervo passa a transmitir os sinais de maneira errada, causando dor intensa na hora do sexo e de se sentar, ardor para urinar e evacuar e a sensação de um corpo estranho dentro da vagina.
"Relação sexual, nem pensar"

Aos 48 anos de idade, as dores de Analice começaram. Não só na vagina, mas também na coluna e nas pernas. Mas a vulva era o pior. "Uma sensação de ardência muito forte, parecia que tinha um fogo, uma queimação", conta.
Passou por vários ginecologistas e urologistas sem sorte, por quase seis anos. Nesse meio tempo, viu sua vida sexual praticamente desaparecer. "Nem pensar, era muita dor. E ficava com medo pelo meu marido, pensando: 'será que ele vai entender?'. O marido entendia e a apoiava, mas era um dos poucos.
Da maior parte dos médicos, ela ouvia que o problema devia estar em sua cabeça ou que "era normal, devido à idade". Foi só quando foi internada, por causa da dor, que um médico suspeitou da possibilidade de um problema neurológico e a encaminhou para um especialista. Seu caso foi diagnosticado como neuralgia do pudendo. E ela pode começar a buscar ajuda.
"As pessoas acham que você é louca"

Para Ana Alice, foram sete anos de sofrimento. Ela tinha muita dor e muita cólica, que depois de um tempo passaram para a vagina, o lado esquerdo do abdome e irradiou para a perna, levando a dificuldades para andar.
Ela passou por diversos médicos e encontrou uma endometriose que foi tratada, mas nada da dor passar. "Seu psicológico está abalado, as pessoas duvidando de você, acham que você é louca e se afastam. Aí, acaba entrando em depressão", conta.
O seu caso ficou tão intenso, que chegou a usar continuamente uma bomba de morfina para aliviar a dor. E mesmo assim, um dia teve um pico tão forte que foi internada. No hospital, um exame específico identificou a neuralgia. 
Diagnóstico é muito difícil

A demora que as duas tiveram para identificar o problema não é incomum. Segundo Tais Petterson, ginecologista do Hospital das Clínicas, o diagnóstico pode levar de dois a 10 anos. "Não é todo médico que conhece, você faz exame de imagem e não aparece", explica ela.
Nucélio Lemos é especialista no assunto e conta que a dificuldade do diagnóstico vem também do fato de se tratar de um problema que mistura diferentes áreas da medicina: os sintomas levam a paciente ao ginecologista, mas a raiz do problema é neurológica.
Ele está desenvolvendo, em parceria entre a Universidade Federal do Estado de São Paulo e a Universidade de Toronto, no Canadá, uma ressonância específica para identificar esse problema, mas o exame ainda está em fase de testes - Ana Alice foi uma das participantes dos testes. Atualmente, o diagnóstico é feito com avaliação clínica minuciosa.
Endometriose e acidente podem ser as causas

No caso de Ana Alice, o que causou a compressão do nervo foi a endometriose, que se espalhou para fora do útero. Já Analice não sabe até hoje o que atingiu seu nervo. Os especialistas explicam que uma série de fatores pode levar à compressão do nervo pudendo:
§  Cicatriz de cirurgia perto do nervo
§  Endometriose
§  Uma veia que ocupa o espaço do nervo
§  Músculo crescendo sobre o nervo, comum em corredores
§  Tumores
§  Acidentes ou impacto - comum em ciclistas
§   
Fisioterapia, remédios e cirurgia

O tratamento também pode variar. Analice, desde que teve o diagnóstico, vem testando uma série de tratamentos, sendo que o mais eficiente é um com radiofrequência. Já Ana Alice fez uma cirurgia por videolaparoscopia (sem corte) que retirou a endometriose que estava comprimindo o nervo.
A cirurgia é a última alternativa. Primeiro, é tentado um tratamento multidisciplinar. A dor crônica deixa a paciente deprimida e, por isso, precisa de tratamento psicológico. Paralelamente, ela faz fisioterapia na musculatura do assoalho pélvico, para relaxar, alongar e descomprimir o nervo.
Em alguns casos, o Botox é usado para paralisar os músculos do assoalho pélvico ou do glúteo e, dessa maneira, descomprimir o nervo. Se nada der certo, o caso passa aser cirúrgico. A operação é feita sem corte, só com o uso de uma câmera.
Existe ainda uma última alternativa, que é neuromodulação sacral. "Plantamos um dispositivo no sacro, o ossinho de onde sai o nervo, para modular e diminuir a sensibilidade à dor", explica a médica Taís Petterson. Esse modulador afeta apenas a sensação de dor e não diminui a sensação de prazer da mulher.
Observações da blogueira Maria Bernadeth Abreu Marques
Este texto é muito coerente com minha experiência pessoal e todas as pesquisas que venho fazendo. O melhor caminho é o mais natural, com dietas para as intolerâncias e FISIOTERAPIA PÉLVICA ( em meu caso, tenho o Assoalho Pélvico tensionado e preciso de exercícios de relaxamento). Como cada caso é diferente, aconselho que estudem e conheçam o próprio corpo. Eu já consigo administrar a maioria de minhas crises, o que me permite viajar e ter qualidade de vida. Mas tenho sintomas eventuais e vivo em cuidados. Uso almofadas furadas para dirigir ou para trabalhar sentada. O intestino costuma merecer cuidados importantes, pq se prende, as dores pioram. Cuidem-se com alegria. A depressão pode trazer uma FIBROMIALGIA, o que parece ser bem pior. Boa sorte!

segunda-feira, 15 de abril de 2019

NÃO QUEREMOS SOFRER TANTO!

Interstitial Cystitis       Interstitial Cystitis

QUEM INVENTA DORES PARA CHAMAR ATENÇÃO? 

Participo de três grupos sobre Cistite Intersticial no facebook. Um brasileiro, outro português e mais um, acreditem, italiano. Não encontrei ainda um grupo americano, mas deve existir.
Na última consulta, meu médico disse que o termo mais usado hoje seria SÍNDROME DA BEXIGA DOLOROSA (ou NEUROGÊNICA ?).
Esta síndrome foi reconhecida antes do século XX e, ainda hoje, continua um mistério para a medicina internacional. As pessoas continuam sofrendo e muitas vezes são tratadas como cobaias de seus médicos. As dores são terríveis e o desconforto incapacita a pessoa para uma vida normal.
Depois de muito estudo, posso dizer que tenho duas certezas. O uso, necessário, mas indiscriminado de antibióticos, por conta das muitas cistites de repetição, antes do diagnóstico de CI, levam a um quadro irreversível e, até agora, incurável. O alívio dos sintomas é POSSÍVEL, mas exige muita disciplina e auto-conhecimento; não é para leigos! As pessoas já diagnosticadas devem unir-se em grupos de estudo para, juntas, descobrirem modos de manter uma vida quase-normal. Não desanimem!
Contamos com todas as colaborações possíveis.


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

TERAPIA MIOFASCIAL

Dr. Adriano Borges Amaral
Fisioterapia e Reabilitação

Terapia Miofascial

A Terapia Miofascial consiste no tratamento passivo, através de terapia manual que tem como objetivo inibir os prejuízos funcionais, os espasmos musculares reflexos e, conseqüentemente, tirando a dor. 


A palavra fáscia no singular não representa uma entidade fisiológica, mas um conjunto membranoso, muito extenso, no qual tudo está ligado, em continuidade, uma unidade funcional. Este conjunto de tecidos que constitui uma peça única trouxe a noção de globalidade, sobre a qual se apóiam todas as técnicas modernas de terapia manual. Seu principal corolário, base de todas essas técnicas é que o menor tencionamento, seja ativo ou passivo, repercute sobre o conjunto. Todas as peças anatômicas podem dessa forma, ser consideradas mecanicamente solidárias entre si, em todos os pontos da fisiologia.
 

As fáscias musculares normalmente são acometidas devido à formação de pontos gatilhos, que são estruturas de maior tensão ao longo do ventre muscular, ocorrem por estresse constante na musculatura.
 
Os pontos gatilhos são nódulos dolorosos no tecido muscular degenerado, a dor referida pode ser evocada por estímulos mecânicos. Pode manter-se assintomáticos até que a movimentação ou a pressão provoque dor intensa ou espasmo muscular. Desenvolve-se geralmente após espasmo ou tensão muscular prolongada ou como seqüela de traumatismos agudos ou por micro traumatismos crônicos tais como os gerados por contração muscular e movimentos inadequados. Parecem constituir entidade clínica específica.
 

Histologicamente, consistem da degeneração ou destruição de fibras musculares.
 

A ocorrência de ciclos viciosos é a justificativa para o seu desenvolvimento. A redução de mitocôndrias muscular é tradução desse estresse metabólico que pode estar relacionado com a hiper atividade muscular nos PG ( pontos-gatilho ou trigger points).


A Terapia Miofascial é um método de cinesioterapia passiva, que através da terapia manual, tem o objetivo da inibir os prejuízos funcionais.
 
A presença de pontos-gatilho ativos caracteriza a síndrome dolorosa miofascial, que é uma afecção álgica do aparelho locomotor que acomete músculos, tendões, fáscias e ligamentos. Caracteriza-se pela ocorrência de dor e pelo aumento de tensão dos músculos afetados. Fadiga e isquemia muscular localizada, devido à contração estática, constante repetição de movimento, posturas inadequadas, estresses emocionais, parecem estar envolvidas com sua gênese. A síndrome dolorosa miofascial também pode estar associada ou ser secundária a outras afecções músculo-esqueléticas, metabólicas como a diabete melitus e hipotireoidismo, inflamatórias e/ou infecciosas. 

Os músculos cervicais, escapulares e do membro superior, como os extensores e flexores de punho e dedos, além dos intrínsecos e lumbricais da mão, freqüentemente são afetados. A síndrome dolorosa miofascial está presente em grande parte dos casos de LER/DORT, dores na coluna vertebral, cintura escapular e pélvica, além dos membros, pois quando há tendinite e/ou neuropatia periférica e/ou artropatias, há contração muscular reflexa, ocasionando o ciclo vicioso dor-espasmo-dor, além da fraqueza e fadiga da musculatura regional e a distância.
 

Freqüentemente, as lesões ligamentares e a inflamação induzem à formação de pontos-gatilho e de dolorimento nos músculos adjacentes, que se tornam a causa imediata da dor. O tratamento direcionado para a dor muscular não visa a etiologia da dor e, portanto, permite a recorrência dos pontos-gatilho e pontos de dor. O tratamento da doença de base como a bursite, e o da irritação (sensibilização) espinal segmentar (raiz nervosa), freqüentemente associada é necessário em associação ao tratamento do ponto-gatilho.
 

Por esta terapia inibir os estímulos de dor, teremos um paciente preparado para receber outras terapias e manobras como: RPG, Cinesioterapia pouco mais agressiva entre outros.
 
A terapia miofascial é aplicada, na grande maioria, em pacientes com dor crônica. Isso ocorre devido ao fato do paciente só dirigir-se ao consultório para tratar a dor, após tentativas medicamentosas e até exercícios terapêuticos que não teve o resultado esperado pois há uma grande estimulação.
 

O tempo de tratamento varia muito de acordo com o tipo de dor do paciente (aguda ou crônica), e de quais mecanismos de compensação foram desencadeados devido um processo inicial de dor. Por exemplo: uma pessoa com lombalgia, que sente muita dor nessa área, vai compensar em outro local, que por sua vez também vai ter estimulação do ponto gatilho desta área causando dor. A terapia vai agir exatamente nestes pontos de dor, inibindo-os.
 

Agora, se por sua vez, um paciente indicar terapia com dor aguda os resultados são obtidos apenas em uma ou duas seções. Isso é explicável, pois uma pessoa com dor aguda não desencadeou mecanismos de compensação, facilitando o tratamento. Num tratamento crônico o período de terapia já varia de meses há anos, mas sempre ótimos resultados são alcançados.
 

Podemos concluir a Terapia Miofascial, como um método que realiza técnicas já conhecidas, tendo a diferença de ser realizada simultaneamente e não deixando de respeitar os limites de expansibilidade dos tecidos.

OUTRA PESQUISA:    TERAPIA MANIPULATIVA - PARA DORES POSTURAIS
Imagine uma espécie de rede formada por uma película branca, semelhante à que encontra numa peça de carne, que envolve, separa, suporta, liga e protege todas as estruturas do seu corpo. 

Assim é fáscia, uma bainha de tecido conjuntivo fibroso que atua como uma peça única, desde o crânio até às plantas dos pés. A fáscia dá forma ao corpo, transmitindo tensões, sustentando músculos e órgãos, interrelacionando-os.

«É o nosso órgão sensorial mais rico, cheio de terminações nervosas, todas elas transmitindo informações precisas ao cérebro», revela Diogo Neves, osteopata habituado a lidar com este tipo de casos.

Os princípios desta terapia

Pressões diárias, posturas incorretas, choques emocionais, stress, traumatismos, cirurgias e respostas inflamatórias do organismo provocam tensão ao nível da fáscia. Estando diretamente ligado a órgãos e vísceras, este tecido vai afetar todos os sistemas, resultando no mau funcionamento das estruturas e provocando dor. 
Segundo esta terapia, criada pela bioquímica Ida Rolf, nos anos 20, qualquer tensão aplicada numa área do corpo reflete-se na totalidade da rede fascial. Partindo destes princípios, a terapia miofascial implica a leitura do padrão postural do indivíduo e de eventuais movimentos padrão – dobrar, inclinar para ambos os lados e até respirar – com o objetivo de reajustar os tecidos.

O que acontece durante o tratamento
O terapeuta começa por, explica Diogo Neves, «ouvir as queixas do paciente e apurar dados relevantes para o tratamento (profissão, hobbies, desportos praticados) para, depois passar ao bodyreading» (leitura do corpo). Avaliar o padrão postural permite relacionar as assimetrias com as queixas e as estruturas ou seja, a muscular e fascial.
«A partir daí, o terapeuta utiliza técnicas manuais para eliminar espasmos e tensões musculares que provoquem desequilíbrios, deixando depois o corpo assimilar a nova informação e readaptar-se», descreve o osteopata. Na sua essência, esta terapia envolve a aplicação de pressões suaves e estratégicas, que atuam no tecido conectivo, sem recurso a cremes ou aparelhos.

Áreas de atuação

Dor crônica, dores de cabeça, problemas de coluna, como escoliose, hiperlordose, hipercifoses, estão entre os casos que mais podem beneficiar deste tipo de abordagem terapêutica. Os problemas posturais acabam por influenciar toda a dinâmica da fáscia, podendo vir a implicar compressão de nervos e da parte vascular.
 
Como exemplifica Diogo Neves, «uma pessoa que passe muito tempo ao computador e se queixe de dores de cabeça, beneficia muito deste tipo de terapia, uma vez que um músculo pode ser, e muitas vezes é mesmo, a causa do problema. Alguém com estas características tem um padrão postural típico, apresentando a cabeça numa posição mais anterior do que o que seria desejável».
Quantas sessões são necessárias?

O número de sessões é  variável e depende do problema, mas é possível observar resultados logo a partir do primeiro tratamento. Como conta Diogo Neves, «o objetivo do paciente pode ser unicamente eliminar os espasmos musculares e consequente dor de cabeça, como pode estar em causa uma situação em que o que se pretende é melhorar a postura, o que leva à necessidade de  realizar mais sessões e de começar a atuar desde os arcos plantares  localizados nos pés». Acrescente-se que 30 € é o valor da primeira  sessão, sendo que as seguintes custam 25 €.
Casos em que a terapia miofascial está contraindicada:

- Pessoas com cortes, feridas, fraturas ou erupções cutâneas.

- Doentes com neoplasias, aterosclerose, lúpus (fase aguda), artrite reumatoide (fase inflamatória) ou diabetes.

- Indivíduos com osteoporose ou sujeitos a tratamentos com cortisona.

- Grávidas.

O testemunho de quem experimentou
Aos  41 anos e consciente da forma como o excesso de peso afetava a sua  saúde, João Rebelo decidiu começar a correr. O bem-estar que esta  atividade lhe proporcionou levou-o, posteriormente, a participar em  corridas mais longas, de 10, 12, 14 quilômetros. Numa dessas maratonas  lesionou-se no pé direito, tendo-lhe sido diagnosticada pelo ortopedista uma fascite plantar.

Foi então aconselhado a recorrer à terapia miofascial. Graças a um tratamento intensivo de dois meses conseguiu
 controlar a sua lesão dolorosa. Hoje, para continuar a correr, faz pontualmente sessões para prevenir possíveis lesões e recuperar após as  corridas. «A terapia miofascial permite-me levar uma vida normal, sem  dores e fazer as minhas corridas com segurança», diz João Rebelo.

Onde fazer
Para mais informações visite o site
 www.diogopneves.wordpress.com ou ligue para o 964 562 533.

Texto:
 Madalena Alçada Baptista com Diogo Neves (osteopata)

QUEM É RHONDA KOTARINOS?

QUEM É RHONDA KOTARINOS?

Myofascial Pelvic Pain   by Rhonda Kotarinos


O movimento de estudo sobre  dor na bexiga, próstata e pelve tem uma tremenda dívida de gratidão com a fisioterapeuta Rhonda Kotarinos que, no início dos anos 1990, foi a primeira fisioterapeuta nos EUA a explorar o papel da  disfunção do assoalho pélvico em pacientes com dor. Seus estudos iniciais  demonstraram que o tratamento de pontos de gatilho dolorosos na musculatura do assoalho pélvico com liberação em terapia miofascial melhorou tanto a função muscular quanto a  dor pélvica. Vinte e dois anos depois, ela continua a defender a avaliação muscular de pontos-gatilho  e tratamento adequado para  disfunção na pelve.

"Indivíduos que frequentemente experimentam mais stress e ansiedade têm uma predisposição aumentada de desenvolver pontos-de-disparo, que podem levar à síndrome de dor miofascial"
Rhonda Kotarinos

Em seu mais recente artigo "Dor pélvica miofascial:  Fundamentação e Tratamento", ela compartilha o que se sabe hoje sobre pontos-gatilho, suas causas potenciais e fatores de risco e como eles são tratados. 

É um excelente recurso para compartilhar com os clínicos que, muitas vezes, subestimam ou ignoram o papel potencial da musculatura do assoalho pélvico na dor pélvica.
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Mais comumente conhecido como um músculo-nó, um "ponto-gatilho é uma área hiper irritada dentro esqueleto muscular que está associado com um nódulo palpável e  hipersensível como um botão tenso que, quando provocado, produz dor, " compartilha Ms. Kotarinos. 

A contração deste músculo estendido comprime vasos de sangue e reduz o fluxo sanguíneo para o tecidos circundantes. Produzido por músculos durante o trabalho (isto é, na contração), o ácido láctico, em seguida, torna-se preso no músculo que provoca uma variedade de mediadores inflamatórios.
As causas comuns incluem uso repetitivo e excessivo do músculo, sobrecarga muscular repetitiva e  trauma menor muscular .
Uma carreira profissional com acesso limitado a um local de repouso e/ou banheiro ( ex. professores, médicos, trabalhadores da linha de montagem, motoristas, etc.) pode provocar tensão muscular ( segurar a vontade de urinar ou dor ) de  alguém por longos períodos de tempo por contratação de seu assoalho pélvico. Os pacientes que lutam com dor podem apertar os músculos em um "reflexo de proteção."
A tosse, diarreia, constipação e até mesmo sexo poderia usar excessivamente os músculos e desencadear o desenvolvimento do ponto de dor. Eventos traumáticos , como parto, cirurgia pélvica e abuso sexual, podem desencadear disfunção muscular. Mesmo eventos menores, tais como andar de bicicleta, equitação, a utilização de brinquedos sexuais  e inserção de tampões, poderiam entrar na regra.
Infelizmente, uma vez presente, os pontos de disparo são facilmente ativados. A senhorita Kotarinos compartilha: "Indivíduos que freqüentemente experimentam mais estresse e ansiedade têm uma maior predisposição para desenvolver pontos de gatilho, que podem levar à síndrome dolorosa miofascial. "
Interessantemente, os estudos dos nervos  têm mostrado que estes pacientes podem apresentar "Um desequilíbrio entre os impulsos excitatório e  inibitórios na descendente do sistema do trato corticoespinhal " explicando porque o estresse emocional pode aumentar a sensação de dor.
Os pontos-gatilho no elevador do músculo do ânus  pode referir dor na vagina, no reto, bexiga, útero ou na   área do do cóccix.

Homens com dor na ponta, ou ao longo do eixo do pênis (e escroto) podem ter pontos de disparo no diafragma urogenital enquanto mulheres têm dor na entrada da uretra, no lábio e no períneo.

Os pontos-gatilho nos músculos fora da pelve (ex. a parede abdominal) também podem disparar desconforto na bexiga,
incluindo espasmo da bexiga, frequência urinária, retenção e incontinência.
Mulheres que lutam com a dor durante seus períodos podem ter pontos de gatilho no músculo do reto abdominal inferior.
Nós musculares abdominais têm também sido associados a sintomas de obstipação e diarreia.

Ms.  Kotarinos destaca que cicatrizes podem também tornar-se pontos de gatilho e, em um estudo, a gestão de uma cicatriz de apendicectomia  aumentou a capacidade da bexiga e aliviou a frequência e a urgência.

Os pontos-gatilho podem ser uma fonte persistente de dor localizada que  transita em uma região de síndrome de dor e, para alguns, uma sensibilização central.

O tratamento é centrado em torno da tratamento e da resolução do ponto-gatilho e restauração adequada do tônus muscular na área. Vários medicamentos podem também ser necessários para  aliviar a dor  tais como antinflamatórios não esteróides ou medicação em narcóticos

Antidepressivos e medicamentos neurolépticos podem ajudar com a dor crônica mesmo que não tenha sido encontrado o ponto-gatilho da dor . Relaxantes musculares podem ser  úteis. Única ou múltiplas injeções de Botox para dor pélvica miofascial  têm resultados modestos em estudos de investigação. Os pontos-gatilho podem também ser tratados de forma agressiva com injeção ou agulhamento seco.

Talvez a razão mais atraente para examinar e tratar a disfunção do assoalho pélvico sejam os dois ensaios clínicos que descobriram que a terapia física manual apresentou o maior sucesso na resolução dos sintomas de todas as terapias já testadas para dor pélvica urológica crônica (cistite intersticial, prostatite crônica).

Ela superou todas as terapias.
Sobre: Rhonda Kotarinos...

DOR MIOFASCIAL : LEIAM!

DOR MIOFASCIAL

EXPLICADA A DOR DOS PONTOS DE DISPAROS ( TRIGGER POINTS) PÉLVICOS ( tradução do inglês)

Se você tiver dor pélvica, chances há de que você tenha pontos de gatilho em algum lugar no interior ou adjacente a seus músculos do assoalho pélvico.
De fato, pontos de gatilho (trigger points) são um fator-chave em muitas síndromes de dor pélvica. Por essa razão, eu estou dedicando o post desta semana para eles. Vou começar com uma explicação geral do que eles são. Então, eu vou explorar o papel que desempenham nas síndromes de dor pélvica. E, finalmente, eu vou encerrar com uma discussão de pontos-gatilho da dor pélvicas como são diagnosticados e tratados.

O problema com pontos do disparador

Um músculo é constituído por numerosas fibras. Um ponto de disparo é um pequeno remendo tenso das fibras musculares involuntariamente contraídos dentro de uma fáscia muscular ou músculo. As fibras firmemente contraídas que formam um ponto de gatilho criam o efeito de sangue para o tecido nas proximidades, que por sua vez deixa a  área comprimida bastante irritada.
Além da dor local que causam, muitas vezes os pontos-gatilho da dor refletem em outros lugares. Em cima disso, eles podem puxar tendões e ligamentos associados com o músculo em que estão, e podem até causar dor profunda dentro de uma articulação onde não existem músculos.
Uma vez que os pontos-gatilho fazem em um mapa médico, torna-se óbvio que um punhado de diferentes tipos existiram. Por exemplo, existem pontos-gatilho ativos, que como o próprio nome sugere, causam ativamente dor e outros sintomas. Há pontos de gatilho latentes, que são latentes, mas têm o potencial para causar problemas. E há pontos de gatilho satélites, que podem surgir na zona de indicação de outro ponto de disparo. Por exemplo, um ponto de partida no músculo elevador do ânus pode causar um ponto de disparo para ocorrer no abdômen.
Assim, não só pode provocar pontos que referem  a sua dor para outras regiões, eles podem realmente causar outros novos pontos de gatilho que surgem em outros lugares. É por isso  importante que tenham em mente que os pontos-gatilho podem ser muito enganadores, e quando se lida com eles pode ser  um erro assumir, para sempre, que o problema é onde a dor está.
Por exemplo, em mulheres, desencadear pontos no músculo obturador interno dopavimento pélvico pode se referir a dor / irritabilidade na uretra. Então diz Jane Doe possui um ponto de gatilho ativo em seu obturador interno. Como resultado, Jane começa a sentir ardor uretral e urgência. Então, ela visita seu médico acreditando que  tem uma infecção do trato urinário. Mas uma bateria de testes mostra que não há nada de errado com o aparelho urinário de Jane. O médico de Jane diz a ela que está tudo bem. Mas Jane fica frustrada porque nem tudo está bem. Ela está com dor e se sente como se sempre tivesse que urinar.
O que tanto o médico como Jane estão esquecendo é que a causa de seus sintomas urinários é um remendo de fibras musculares contraídas em um músculo pequeno, fora do caminho, no assoalho pélvico de Jane.
Este é um cenário frustrantemente comum. Na verdade, praticamente todo mundo vai lidar com pontos de gatilho em algum momento de suas vidas. Se você tiver dor persistente, sensação de aperto ou restrição muscular, as chances são que você tenha pontos de gatilho. Além disso, pontos de gatilho estão na raiz de muitos males que você não esperaria tais como tonturas, náuseas, dor de dente, síndrome das pernas inquietas, períodos dolorosos, e síndrome do intestino irritável. No entanto, muitas vezes, problemas causados por pontos de gatilho são diagnosticadas como artrite, tendinite, bursite, ou lesão ligamentar.
A boa notícia é que avanços estão sendo feitos, novas pesquisas sobre pontos-gatilho estão a ser realizadas, e a comunidade médica está cada vez mais começando a reconhecê-los como causas da dor. Mais uma boa notícia é que,mesmo que haja alguns 620 pontos-gatilho possíveis no músculo humano, eles aparecem em praticamente nos mesmos lugares em todo mundo. Então, mapas de pontos de gatilho fazem existir com completos padrões de referência, e que vão para o assoalho pélvico também.
Pontos de gatilho e do Assoalho Pélvico
Agora vamos chegar à principal razão que você está lendo este blog sobre pontos-gatilho: sua relação com o assoalho pélvico.
Os pontos-gatilho desempenham um papel na grande maioria dos síndromes de dor pélvica. De fato, em alguns casos, eles são os únicos culpados.
Por exemplo, recentemente tive um paciente do sexo masculino, vamos chamá-lo de Ben, que tinha pontos de gatilho em seu reto abdominal por fazer muitos movimentos de sentar ao longo de um período de anos. Seus principais queixas foram: dor abdominal inferior e dor peniana. Após cerca de oito meses de trabalho para liberar esses pontos de gatilho, Ben está agora livre de sintomas.
No entanto, embora seja possível que pontos de gatilho sejam a única causa de dor pélvica,  é muito mais comum para eles ser apenas um componente em um problema de multicamadas.
Por exemplo, um outro paciente meu, Lori, teve pontos de gatilho em seu bulbospongiosus (ponto dentro do bulbo do pênis ou do clitóris), no obturador interno, e nos músculos piriformes. No entanto, para além destes pontos de gatilho, ela teve disfunção do tecido conjuntivo, um global hipertônica (ou apertado) do assoalho pélvico, e urgência e frequência urinária.

No caso de Lori, sua dor começou depois de uma infecção do trato urinário seguida por uma infecção teimosa. A dor das infecções deu início a um chamada "proteção" como um reflexo dentro de seu assoalho pélvico. ( Proteção ou vigilância  ocorre quando os músculos se contraem de forma rígida em torno de uma área dolorosa para protegê-la de danos maiores. Mas, guardando pode criar mais danos porque restringe o fluxo de sangue, que por sua vez provoca mais dor e mais proteção.)
Com Lori, é impossível saber exatamente o papel desempenhado pelos pontos-gatilho na criação de seu ciclo de dor. Um reflexo de vigilância em curso em si é suficiente para sobrecarregar os músculos do assoalho pélvico e causar o desenvolvimento de pontos-gatilho. Mas o aperto muscular global que se segue à guarda também poderia ter lhe causado desenvolvimento, para não mencionar o novo hábito de segurar a bexiga por causa dos problemas de urgência / frequência de Lori.
Além de uma situação de esforço repetitivo como o uso excessivo de Ben ou a dor de infecção e a vigilância e proteção de Lori, pontos de gatilho no assoalho pélvico podem ser desenvolvidos por uma série de razões diferentes. Por exemplo, um trauma local pode fazê-los surgir, tais como tratamentos de infertilidade, ultra-som retal / vaginal, uma colonoscopia, uma queda cóccix, abscesso de Bartholin, ou parto. Estressores mecânicos e físicos, como um choque no quadril ou endometriose, também podem causar o desenvolvimento de pontos-gatilho.
Seja qual for a razão para o seu desenvolvimento, pontos de gatilho são famosos por complicar situações já dolorosas, e em muitos casos, eles ficam por muito tempo depois que o problema original apura-se.
Diagnóstico do Ponto de Gatilho e Tratamento
Fisioterapeutas do tratamento da dor pélvica devem saber como identificar e tratar os pontos-gatilho no assoalho pélvico e músculos da cintura pélvica. Além disso, ele ou ela deve estar bem informado sobre as regiões mapeadas para fora onde os pontos-gatilho geralmente ocorrem dentro do assoalho pélvico, bem como as dezenas de padrões de referência.
Por exemplo, pontos de gatilho no músculo piriforme pode se refletir com a dor nas costas da perna ou no quadril ou um ponto de gatilho no músculo elevador do ânus pode criar a sensação de ter uma bola de golfe no reto. Tendo esse nível de conhecimento é uma parte importante  colocar as peças do quebra-cabeça de sintomas de dor pélvica de um paciente em conjunto e formar um plano de tratamento adequado.
Quando se trata de diagnosticar e tratar pontos-gatilho, é importante que a PT avalie todos os músculos e fáscias do músculo, tanto internos como externos a partir do umbigo até os joelhos, frente e verso.
Liz faz um ótimo trabalho de explicar o que acontece quando ela encontra um ponto de disparo, por isso estou indo para  ela adiar aqui. Leve embora Liz.   ????
"Ao ir perpendicular ao longo da direção do músculo, quando você se deparar com um ponto de gatilho, você vai sentir uma mudança muito perceptível. Para mim, ela é percebida como uma espécie de lentilha. Além disso, quando eu encontrar um ponto de gatilho, eu sempre obtenho uma reação de meu paciente, por isso estou sempre em sintonia com ele ou ela para o feedback. "
Além disso, por vezes, uma contração muscular pode ser sentida quando um ponto de gatilho é comprimido, e às vezes  aquela resposta contraída levará  todo músculo a contrair. Por fim, o ponto de disparo( trigger point) pode ser sentido  mais quente ao toque do que a área em torno dele.
Um punhado de estratégias existem para o tratamento de pontos de gatilho, incluindo:
·         técnicas de liberação manual: Uma boa PT tem um punhado de técnicas de liberação de ponto gatilho em sua caixa de ferramentas.
·         agulhamento seco: Quase todos os estados, mas não todos, permitem que PTs administrem agulhamento seco ( estímulo intramuscular). Na Califórnia, onde nós praticamos, não. (como agulhas de acupuntura)
·         injeções nos pontos de gatilho: Estas são administrados por médicos e normalmente contém anestésicos; no entanto, é a injeção real que vai liberar com sucesso o ponto-gatilho, não o anestésico. O anestésico é simplesmente a bordo para acalmar e adormecer o tecido.
Espero ter respondido todas as suas perguntas sobre pontos-gatilho da dor pélvica neste post! Se não, por favor, não hesite em pedir quaisquer perguntas adicionais que você possa ter na seção de comentários abaixo ou e-mail me atblog@pelvicpainrehab.com.
Se você gostaria de fazer mais alguma leitura em pontos de gatilho, abaixo estão alguns recursos que eu recomendo:
Artigos:
"Pontos Síndromes da Dor Miofascial-Trigger" por David Simons e Jan Domerholt, Journal of Dor Musculoesquelética, Vol. 13 (1) 2005
 "Dor Pélvica Miofascial" por Rhonda Kotarinos
"Pontos-gatilho miofasciais e Síndromes da Dor Miofascial: Uma revisão crítica da literatura recente", de David Simons e Jan Domerholt
Livros:
O Manual Trigger Point pelos Drs. David Simons e Janet Travell
Pontos miofascial gatilho: Fisiopatologia e baseadas em evidências Diagnóstico e Gestão de Jan e Peter Huijbregts Domerholt

Todo o meu melhor,  Stefani

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

SEU TRATAMENTO PODE ESTAR INCORRETO. ESTUDE MAIS!

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE O ASSOALHO PÉLVICO ( trechos do livro Heal Pelvic Pain)

O Assoalho Pélvico (AP) é o conjunto de todos os músculos, mais os nervos que controlam os músculos, mais os tecidos - chamados fáscias - que se conectam uns com os outros, mais os ligamentos que unem osso a osso,  e o osso ao órgão a que está preso na frente, nas costas e nas laterais da pelve, indo do osso púbico na frente do corpo a todos os demais ossos até o cóccix, no final da coluna vertebral. Esses músculos, nervos, tecidos e ligamentos finalizam ( como uma bainha) o AP e juntos agem como uma atiradeira ou rede para suportar os órgãos pélvicos - o trato urinário, os órgãos reprodutivos - incluindo a bexiga, a uretra ( ou em homens, a próstata) e o cólon.
Esta é uma parte essencial e nuclear de seu corpo, o centro de gravidade de sua "armadura", ou eixo, o lugar de onde os movimentos se originam, em certo sentido, a sustentação  mais poderosa de seu corpo. Religiões orientais atribuem significância espiritual e física a esta parte do corpo, vendo-a como o lugar onde reside a energia vital de seu corpo.
Em grande parte da tradição Hindu, é a serpente enrolada de Kundalini, esperando ser despertada  como  energia. Na Cultura Chinesa o AP é a casa do chi, a energia vital que deve fluir livremente em nossos corpos, de modo a nos manter saudáveis. Nas artes marciais Japonesas, é o hara, o centro vital do self (eu) - localizado justamente três dedos abaixo do umbigo para dentro em direção à espinha. O reconhecimento dessa força vital está no coração da prática espiritual nessas tradições, e é o foco dos exercícios físicos que invariavelmente acompanham tais práticas.
Pesquisas científicas Ocidentais confirmam que um forte e saudável AP é o núcleo essencial para a saúde geral e física. É fundamental para o nosso bem-estar. É a chave para aquela sensação de vigor físico que é tão importante para a saúde total.

OS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO (AP)
Todos os músculos do AP trabalham juntos para apoiar os órgãos pélvicos e ajudar a bexiga, o intestino e a função sexual e com a estabilidade e mobilidade do tronco. Mas cada músculo tem, também, sua específica e individual função. Como podemos ver em imagens da musculatura do AP ela se divide em duas partes. A parte superior compreende as camadas superficiais  do AP. Os músculos do diafragma urogenital, também conhecido como triângulo urogenital, porque como podemos comprovar os músculos formam um triângulo.
Estes músculos são o bulbocavernoso, isquiocavernoso e o períneo transverso, todos s quais ajudam o orgasmo e o controle da bexiga tanto em homens como em mulheres.

Não consegui colar a imagem...

A parte inferior do AP, algumas vezes chamada de triângulo anal contém todos os outros músculos do AP, todos dos quais são encontrados nas camadas profundas do suporte pélvico. Estes músculos incluem o elevador do ânus, os esfíncteres anal e uretral, coccígeos, piriformes e obturador interno.
O músculo elevador do ânus movimenta o cóccix ( tailbone). Ele é composto do pubococigeos ( um importante músculo que ajuda no orgasmo de homens e mulheres), o puborretal e o iliococigeos. Nem todos os músculos ficam visíveis nas imagens porque alguns ficam em camadas inferiores. O puborretal ajuda no esvaziamento intestinal, assim se ele está apertado ou espasmado ( fraco), isso deve resultar em incompleto ou difícil esvaziamento do intestino. ( Parece chato o detalhamento, mas algumas pessoas mais estudiosas entenderão melhor)
O músculo do esfíncter anal e uretral ajudam a função da bexiga e do intestino, em homens ou mulheres.
O obturador interno, cocígeos e piriforme todos trabalham juntos, mas apresentam pequenas diferenças funcionais. O obturador interno é também um rotator do quadril e é o condutor para um nervo muito importante, o nervo PUDENDO, que ajuda a controlar grande parte da função do AP. Uma disfunção no obturador interno pode, portanto, resultar em grande quantidade de problemas. ( ....)*
Portanto hoje, o evoluído AP serve a três propósitos vitais:
1.      ele segura e amortiza os órgãos dentro da pélvis e no baixo abdômen: órgãos urinários, digestivos e reprodutivos;
2.      ele controla a continência sinalizando a urgência da uretra e do intestino;
3.      ele é o mecanismo da função sexual, na contração dos músculos ao redor da genitália feminina  e masculina para responder à excitação e melhorar o prazer.
Estas são grandes e importantes funções, talvez por isso há tantos músculos grossos e próximos envolvidos. ( .... )  **
DOR NO NÚCLEO
Claro, se você tem um mecanismo tão complexo como o assoalho pélvico, com todos esses músculos, nervos, tecidos e ligamentos que seguram todos esses órgãos e prendem-se a todos aqueles ossos, é propenso também a algumas disfunções. Basicamente, no entanto, existem quatro causas fundamentais de desordens pélvicas: inflamações, infecções, traumas e uma série do que nós costumamos chamar de condições musculares mecânicas - e um número qualquer de fatores contribuintes que definem essas causas.
Qualquer tipo de condição  inflamatória crônica, em qualquer órgão pélvico, pode originar uma desordem. Assim pode acontecer com qualquer tipo de infecção ( do trato urinário, bacteriana, fúngica ou doença grave que afeta a área). Certamente, uma lesão de um acidente ou queda pode causar disfunção. Cirurgias - histerectomia, prostatectomia ou cesariana deixa os músculos fracos ou feridos. E o abuso físico ou sexual também pode produzir trauma prejudicial. Mas é igualmente possível que o distúrbio do AP de uma pessoa tenha sido causado pela simples fraqueza do tronco e dos estabilizadores pélvicos. Ou, talvez, a espinha e a pelve da pessoa esteja desalinhada. O indivíduo pode simplesmente nascer  com essa condição, não é incomum alguém herdar uma coluna fraca ou uma espinha mal alinhada. Ou essa condição pode resultar de posturas erradas, tensão excessiva de levantamento pesado ou outras atividades físicas, ou ainda trabalhar com movimentos repetitivos. Também é possível que você esteja usando os músculos do assoalho pélvico incorretamente, resultando no  desalinhamento dos músculos. Todos podem sobrecarregar e/ou encurtar os músculos. Tal estresse enfraquece os músculos e diminui a função do movimento. Algumas vezes um parto normal comum pode provocar a disfunção, ou ainda o uso de roupas muito apertadas, ou uma infecção por fungos ou mesmo tocando excessivamente um instrumento de sopro. Qualquer um ou todos esses fatores disparadores  poderiam  levar a um espasmo  ou fraqueza ou comprometimento dos músculos, produzindo disfunção que pode variar da dor debilitante à síndrome do intestino irritado, até desordens na pele, disfunção erétil ou diminuição da libido.
E aqui está o problema: precisamente porque os músculos do assoalho pélvico estão proximamente interligados, qualquer tipo de desordem, em qualquer  lugar do AP pode ter um impacto em alguma ou em todas as funções do AP. Você pode esticar um músculo durante uma ginástica ou Pilates, ou em movimentos bruscos e descobrir que você começa uma luta dura contra a urgência e a dor urinária, inclusive no sexo com seu parceiro - tudo provocado por um espasmo sofrido durante uma atividade mais forçada, ou mal feita.
ESTE É O CERNE DO PROBLEMA: uma disfunção do AP pode levar a outra. E a outra. E ainda a outra. Uma desordem em qualquer caso pode causar dor incapacitante, incontinência, retenção de urina, de intestino, sexual, muitas vezes todas de uma só vez.
Além disso, uma vez que o AP conecta nosso corpo superior e inferior, uma disfunção pélvica pode, infelizmente, afetar qualquer dessas partes do corpo. Eu tenho tratado pacientes com transtorno do AP que, em seguida, relataram que a dor no pé ou nas costas desapareceram com o tratamento. O motivo? A dor do AP havia irradiado para a parte superior e inferior do corpo, afetando aquelas áreas.
Isso é típico! Todos esses músculos, nervos, tecidos e ligamentos, enredados juntos, em apoio aos órgãos pélvicos, unem-se em caminhos rápidos provocando a dor típica de uma disfunção pélvica. O que começa em um núcleo, forma em breve uma cascata em qualquer parte através do corpo. É por isso que tantas pessoas que sofrem de distúrbios do AP sentem uma combinação de sintomas, e é por isso que esse sofrimento não para na região pélvica.
E a principal razão por que a desordem pélvica é raramente a primeira coisa em que nós pensamos diante da gama de sintomas a que o transtorno pode induzir. Um caso de diarréia pode nos levar a tomar remédio para isso, ou procurar um gastro. A dor vaginal pode nos levar a procurar um ginecologista. a dor nas costas nos leva ao ortopedista, ou nos leva a repousar por alguns dias com almofadas quentes ou geladas.
O problema é composto pelo fato de que uma vez visitando um consultório médico, muitas desordens pélvicas  são frequentemente  diagnosticadas como problema nos órgãos. Eles sentem a dor no órgão, mesmo  não havendo infecção ali e tendem a descrever os distúrbios dos órgãos, assim os médicos tentam tratar tais sintomas, mesmo quando a dor esteja realmente irradiando por uma disfunção do músculo, nervo, tecido, ligamento ou todos eles.
Onde quer que seja a dor, essas disfunções podem afetar a qualidade de vida e a maioria das áreas mais íntimas da vida e, no pior dos casos, seu impacto pode tornar o indivíduo completamente miserável a maior parte do tempo.
CONSEQUÊNCIAS DAS DESORDENS DO AP
Pense no que pode acontecer se o AP não puder mais desempenhar bem suas funções vitais. Se os órgão da pelve - órgãos reprodutivos, bexiga, intestino - não estiverem bem seguros contra a gravidade e amortecidos contra a pressão, eles literalmente podem começar a cair. À medida em que se afundam e deslocam, eles deixam de funcionar corretamente e a pressão e a dor podem resultar disso. A incontinência pode acontecer. E, finalmente, a cirurgia pode ser indicada.
Se os músculos que controlam os impulsos e as aberturas para a evacuação se tornam fracos ou em desequilíbrio, o resultado será a evacuação ou retenção - ou ambos. Você sentirá tensão, inchaço, diarréia e dor abdominal e/ou pélvica. Você pode também sofrer de incontinência  e outros sintomas urinários e intestinais.
Se os músculos que promovem a atividade sexual se tornam fracos ou estão tensionados, a sua capacidade de responder a seu parceiro serão diminuídas, assim como sua diversão e a de seu parceiro. Se a tensão for realmente ruim, a penetração pode ficar dolorosa ou mesmo impossível, para a mulher, enquanto os homens sofrem com a dor após a ejaculação.
FINDANDO A DOR E CURANDO A DESORDEM
O próprio assunto  da dor pélvica pode ser desconfortável para você falar sobre ele - para o parceiro, para um amigo, mesmo para um médico. Talvez você tenha assumido que a dor ou o desconforto acabe como chegou. Talvez você pense que precisa aprender a viver com isso.
Não você não precisa. DE fato, você não deveria!
Meu programa de cura natural pode ser feito por você mesmo. Quando trabalho com pacientes, um por um, em meu estúdio de fisioterapia, eu prescrevo exercícios de alongamento e relaxamento, mudanças na dieta e nos hábitos e estilo de vida, a aplicação de técnicas manuais, biofeedback, massagem profunda, calor e frio e outros tratamentos e métodos especializados de fisioterapia. Eu tenho adaptado todas aquelas modalidades, a que nós chamamos de terapias físicas, em programas que você pode fazer em casa, por você mesmo, sem tomar medicação ou usar equipamentos.
O programa de exercícios consiste em um conjunto de movimentos que você pode fazer na privacidade de sua casa e no decorrer do dia, esteja onde estiver. Você poderá aprendê-los em uma abordagem por fases. Você também encontrará ( no livro) recomendações nutricionais que objetivam aliviar seu desconforto e sugestões para tratamentos em um SPA caseiro para acalmar seu desconforto  e acalmar-se.
E o fato é que você poderá aprender a fazer mais do que acabar com sua dor ou curar sua desordem. Estes exercícios e a auto-terapia pode ajudar e prevenir os efeitos do envelhecimento. Eles podem ajudar a melhorar a sua intimidade e a sua diversão. Eles podem levá-lo a um nível melhor de alongamento e fortalecimento físico do núcleo que se traduzirá em uma sensação de bem-estar em todos os aspectos da vida.

TÍTULO DO LIVRO : HEAL PELVIC PAIN ( pode ser comprado na Amazon)
Autora: Amy Stein, M.P.T. ( Mestre em Fisioterapia)


* / ** Deixei de traduzir partes com maiores detalhes